domingo, 15 de fevereiro de 2009

Afogamentos Doentios


Primeiro veio esse,
com a fala mansa
e as costas curvadas.
Proteção me prometeu:
trancados na masmorra,
quem no mundo se lembraria de nós?
Mas sua passividade era gritante,
o resultado, insustentável.
As lágrimas logo nos afogaram
e que pena: você nem tentou nadar.

Depois veio aquele,
com o discurso inflamado
e o peito inflado.
Proteção me prometeu:
com os dentes grunhidos,
quem não temeria nossos punhos cerrados?
Sua violência, contudo, era exagero
e o que nasceram foram frutos podres.
As lágrimas logo nos afundaram,
e que lástima: dar socos n'agua não resolveu.
Hoje vivo só.
Minto, tenho companhia:
essa tentativa de ser o filho
daqueles velhos mestres falecidos.
Forte e doce, sagaz e inocente,
o meio e o equilíbrio, o sorriso.
Para que mais uma vez, não tenha eu que me safar
das lágrimas amargas
e dos afogamentos doentios.
Foto: Particular Ocean - Felipe Polillo

2 comentários:

Lucas... disse...

cara belo poema....

me remeteu a música teresinha do chico buarque,..... ficou mt bom
parabéns

abração polilo

Melissa disse...

Fofito tem que nadar, sempre !
Franzinha va a estar ahí para alentarlo ! :)
Te quiero muchoo !